Uma das maravilhas da prática de asanas está na possibilidade do praticante conscientizar-se sobre o corpo inteiro. Formas ocidentais de ginástica -- os esportes de um modo geral -- concentram-se no esforço dos braços e pernas e quase todo o trabalho realizado no centro do corpo é preparação para os esforços daqueles membros ou conseqüência deles. Com a mente entretida no desenvolvimento das extremidades, esquece-se o que há no centro, mas o que há no centro é que determina o desenvolvimento das extremidades.
No yoga, a prática de asanas exige uma atenção especial ao centro do corpo, mas não apenas em nível muscular. Não é raro perceber movimentos internos -- como do aparelho digestivo --, a respiração se amplia para além dos limites dos pulmões. Em tadasana, com olhos fechados, é possível perceber o delicado balanço do corpo causado pelos batimentos cardíacos. Ao dobrar o corpo para realizar um dos inúmeros asanas que compõem o sistema, notam-se as dobras da pele e formas particulares de acomodar os músculos e as articulações. Cada asana exige um auto-estudo interminável e interessante.
Praticando asanas percebe-se do que o nosso corpo é feito e tem-se a certeza de que ele não é apenas músculos. A prática estritamente muscular também traz benefícios e é possível praticar asanas como uma ginástica ou um alongamento convencional, mas nada se compara à consciência desenvolvida com a observação de todos os elementos que compõem o asana.